Palestra sobre cultura consciente e sustentabilidade inspirou cooperativistas no 15º Concred.

Lideranças conscientes são protagonistas da mudança. E a mudança deve começar no lugar onde estamos. A ponderação é do cofundador e CEO da Dengo Chocolates, Estevan Sartoreli, que fez uma apresentação sobre cultura consciente e sustentabilidade nos negócios nesta quinta-feira (8), durante o 15º Congresso Brasileiro do Cooperativismo de Crédito (Concred), em Belo Horizonte. 

Referência no setor, a Dengo Chocolates nasceu como um negócio de impacto social, que promove uma rede de pequenos e médios produtores de cacau de qualidade no Sul da Bahia, gerando renda para os agricultores e preservando a floresta debaixo da qual plantam a matéria-prima.

Engenheiro e apaixonado por gente, o executivo propõe uma transformação no Brasil por meio de negócios sustentáveis, inovadores e de profundo impacto social. Para mostrar que isso é possível, Sartoreli apresentou a própria experiência como fundador da Dengo. “Para ser a mudança que queremos no mundo é preciso viver o nosso propósito”, destacou.

 ESG NA PRÁTICA 

Com a preocupação de manter a agenda ESG – sigla em inglês para ações ambientais, sociais e de governança  – no centro dos negócios, Sartoreli afirma que se baseou em três pilares essenciais: respeitar, inspirar e conservar.

“É preciso valorizar e respeitar quem produz, inspirar quem consome e conservar a natureza juntos”, definiu.

Para atingir o primeiro pilar, a Dengo Chocolates apostou na valorização do produtor, pagando valores acima do mercado (de 70% a 245%) pelo cacau colhido e oferecendo capacitação gratuita para garantir um produto de melhor qualidade. Com mais informações disponíveis, o pequeno produtor também conseguiu diversificar seus produtos com fornecimento de insumos que antes eram descartados – como frutas e castanhas. Um ganho a mais para a cadeia produtiva.

“Sejamos verdadeiros e honestos. Precisamos gerar renda digna e decente para todos. E essa renda começa no campo”, destacou Sartoreli. 

O segundo pilar, a inspiração, deve vir de um consumidor cada vez mais consciente do seu papel no mundo e da importância de se alimentar melhor. De acordo com o executivo, as empresas têm um papel importante nessa conscientização. “Temos que reconhecer que o alimento do futuro é a comida do passado. A verdadeira comida vem da cozinha e não do laboratório. Não comam nada que o seu avô ou a sua avó não reconheçam como comida. Isso faz a mudança acontecer. Isso faz a gente valorizar ainda mais a produção que começa lá no campo”, completou.

Para a Dengo, um chocolate de verdade deve ser feito de ingredientes de verdade. Nessa empreitada, a empresa identificou que o produto brasileiro não primava pela qualidade e que era necessário investir e oferecer algo realmente novo e diferente, com sabores de frutas e castanhas exóticas nacionais e redução de ingredientes menos nobres, como o açúcar. 

O terceiro pilar dos negócios da Dengo é o da conservação, com estímulo à produção orgânica e ao sistema de agrofloresta, em que a produção de alimentos ocorre em sintonia com a preservação de espécies nativas. 

O resultado desses três pilares é um negócio altamente sustentável e que gera riqueza para todos os envolvidos. “A Dengo nasce de dois diagnósticos: precisamos valorizar quem produz e precisamos inspirar quem consome a consumir um chocolate que tenha mais cacau e menos açúcar. Com base nessas duas verdades, nós abarcamos estas causas de promover uma alimentação mais saudável e um consumo mais consciente, gerando renda digna para pequenos e médios produtores de cacau do Brasil”, resume o executivo. 

“Começamos nossa atuação com seis produtores em 2017 no Sul da Bahia e hoje nos orgulhamos de ter pelo menos 300 famílias conectadas nessa rede”, completou.

Principais impactos da Dengo Chocolates em 2023

207 produtores ativos

R$ 4.350 de ganhos mensais para os produtores

98% de satisfação do produtor 

SOBRE O CONCRED

O 15º Congresso Brasileiro do Cooperativismo de Crédito (Concred) é um evento organizado pela Confederação Brasileira das Cooperativas de Crédito (Confebras); correalização do SICOOB; apoio institucional do Sistema Ocemg e do Banco Central do Brasil; patrocínio master do Sistema OCB; patrocínio do Sebrae e BNDES — banco de desenvolvimento do Governo Federal. A iniciativa conta com investimento de todos os sistemas de cooperativas de crédito e outros parceiros, totalizando cerca de 70 organizações que acreditam no evento e no poder transformador do coop financeiro.