Princípio cooperativista é chave para inovação e competitividade.

O cooperativismo é pop e a intercooperação é rock! A metáfora foi apresentada nesta quinta-feira (8) durante o 15° Concred pelos palestrantes Marcelo Cárfora, administrador e consultor em cooperativismo de crédito; e Maíra Santiago, diretora- presidente da Cooperativa Coletiva. Os dois participaram do painel “Intercooperação e os caminhos para a exponencialidade”, na Arena 5.0, o espaço mais tecnológico do congresso. 

“Atualmente, já existem muitas ações de intercooperação, no entanto, os dados ainda são incipientes e há muito a ser feito. Por isso, trouxemos a ideia da evolução e a preocupação do movimento, que muitas vezes se concentra em competir dentro do próprio ramo, enquanto deveria cooperar”, avaliou Cárfora.

Segundo ele, assim como rock, a intercooperação é inovadora e revolucionária. “Onde a sociedade enxerga uma competição, precisamos mostrar cooperação”, comparou. 

Para o especialista em cooperativismo, se o movimento não se preocupar em colocar em prática o princípio da ajuda mútua – tanto dentro de cada ramo quanto de forma transversal – perderá espaço.

“É hora de mostrar que somos diferentes, que nosso negócio dá resultado, pois ele está focado nas pessoas”, afirmou. “A cooperativa de crédito não é um banco. Se seguirmos o ritmo dessas instituições, perderemos a essência. Se atuarmos sem nossa essência, bancarizados, perderemos força. Cooperativas que se bancarizam estão tirando espaço do próprio setor e de suas ações”, analisou. 

COOPERAR PARA CRESCER 

Representante de uma cooperativa de trabalho, a Coletiva, Maíra aposta na intercooperação como o caminho para o crescimento. “Nosso olhar precisa ir além das fronteiras de uma empresa singular e individual, que precisa, obviamente, evoluir, mas com o entendimento de que quando uma cooperativa vai mal, o movimento fica sem lastro”, comparou. 

“A contrapartida também é verdadeira: quando olhamos ao redor e vemos cooperativas fortes, a sociedade reverencia nosso movimento, identificando o impacto positivo que geramos. Isso é benéfico para todos nós. No ramo do trabalho, somos prova viva do quanto é significativo o impacto da força na intercooperação”, acrescentou Maíra. 

Na avaliação da cooperativista, a intercooperação não deve ser vista como um ideal ou uma aspiração filosófica, pelo contrário, está diretamente ligada a resultados e à competitividade das cooperativas, como um caminho para atingir objetivos em comum. Quando nos organizamos para atender nossos objetivos, mostramos a chama da cooperação e transmitimos a mensagem de que existem caminhos mais simples para atingir as soluções desejadas por muitos”, concluiu.

ARENA TECNOLÓGICA

O painel sobre intercooperação foi realizado na Arena 5.0, um dos ambientes mais tecnológicos do 15º Concred. Com formato 360º, o espaço possibilita a realização de conferências simultâneas. Para absorver os conteúdos, os participantes utilizam fones de ouvido e conectam o áudio na frequência da palestra desejada.

SOBRE O CONCRED

O 15º Congresso Brasileiro do Cooperativismo de Crédito (Concred) é um evento organizado pela Confederação Brasileira das Cooperativas de Crédito (Confebras); correalização do SICOOB; apoio institucional do Sistema Ocemg e do Banco Central do Brasil; patrocínio master do Sistema OCB; patrocínio do Sebrae e BNDES — banco de desenvolvimento do Governo Federal. A iniciativa conta com investimento de todos os sistemas de cooperativas de crédito e outros parceiros, totalizando cerca de 70 organizações que acreditam no evento e no poder transformador do coop financeiro.