Representantes do órgão regulador apresentaram panorama de normas que impactam o segmento.

 

 

 

O 15º Congresso Brasileiro do Cooperativismo de Crédito (Concred) reuniu importantes nomes do Banco Central em um painel sobre novidades regulatórias que impactam o cooperativismo de crédito. 

Marcado por discussões detalhadas sobre as recentes mudanças normativas no Sistema Financeiro Nacional e suas implicações para o mercado cooperativista, o encontro teve a participação do chefe de divisão do Departamento de Regulação do Sistema Financeiro (Denor), Evaristo Donato Araújo; do chefe-adjunto do Departamento de Organização do Sistema Financeiro (Deorf), João Luiz Faustino Marques; e do chefe-adjunto do Departamento de Supervisão de Cooperativas e de Instituições Não Bancárias (Desuc), Ivens Arua Neves de Miranda. 

Evaristo Donato Araújo abriu o painel abordando as novas diretrizes do Denor, que tem como objetivo aprimorar a regulamentação do sistema financeiro, com foco na estabilidade e na transparência das operações. Ele destacou a importância da intercooperação, conceito de parceria entre cooperativas e afirmou que esta é a chave para o crescimento, reduzir os custos e manter competitivo o segmento cooperativista de crédito.

“Estamos chamando vocês a se unirem e intercooperarem para fazerem os investimentos necessários que podem ser compartilhados por todo segmento cooperativista de crédito. Desta forma, evitam estruturas duplicadas, custos elevados de implantação e assim podem estar na vanguarda do desenvolvimento tecnológico provido pelo novo sistema de pagamentos brasileiro”, disse.

Na sequência, João Luiz Faustino Marques, do Deorf, apresentou mudanças organizacionais que visam garantir a eficiência das instituições financeiras e a proteção dos consumidores. Entre elas, o representante do BC citou a Resolução CMN Nº 5.131/2024, que prevê, entre outras medidas, a criação de política de renovação dos Conselhos de Administração e a representação por delegados nas assembleias.

“A política de renovação precisa de ser conjugada com a política de sucessão, que já foi definida, já que precisa ser adaptada à realidade das cooperativas. A administração da cooperativa deve ser vinculada ao pensamento de que ela não tem dono, é uma sociedade de pessoas”, ressaltou. 

Marques reforçou que o Banco Central está à disposição das cooperativas para esclarecimento de dúvidas sobre as novas regras. 

Por fim, Ivens Arua Neves de Miranda, do Desuc, trouxe à tona as práticas de supervisão das cooperativas e das instituições não bancárias. Ele detalhou as iniciativas do Banco Central para garantir a solidez dessas entidades, ressaltando a importância da supervisão contínua e da conformidade regulatória. Os desafios enfrentados pelas instituições em meio às mudanças regulatórias também foram abordados, destacando a necessidade de um diálogo constante entre o Banco Central e o setor.

“Ao longo dos anos as cooperativas de crédito passaram por diversos desafios, tiveram um aprimoramento, evoluíram e o Banco Central possibilitou outras atividades. A administração temporária é algo muito novo e pode ser utilizado na deficiência de gestão e na estrutura de controles, que possam ocasionar riscos à continuidade das instituições e perdas aos cooperados”, analisou.

Elogiado pelos participantes do 15º Concred, o painel reforçou o compromisso do Banco Central com a estabilidade do sistema financeiro cooperativista e sua adaptação às novas realidades do mercado.

SOBRE O CONCRED

O 15º Congresso Brasileiro do Cooperativismo de Crédito (Concred) é um evento organizado pela Confederação Brasileira das Cooperativas de Crédito (Confebras); correalização do SICOOB; apoio institucional do Sistema Ocemg e do Banco Central do Brasil; patrocínio master do Sistema OCB; patrocínio do Sebrae e BNDES — banco de desenvolvimento do Governo Federal. A iniciativa conta com investimento de todos os sistemas de cooperativas de crédito e outros parceiros, totalizando cerca de 70 organizações que acreditam no evento e no poder transformador do coop financeiro.